domingo, janeiro 06, 2008

Sem floresta...

Também gosto
de um certo silêncio
uma certa paz
um certo sossego
algum vazio
espaço aberto
que dá aconchego
para respirar
e não lhe chamar
nunca solidão
é outra forma
de me celebrar
de me passear
de mesmo sem gente
fazer uma festa
porque gosto
tantas vezes gosto
de ficar assim
apenas assim
de ser assim árvore
sem ter floresta.

4 comentários:

Miguel Pinto disse...

e assim a autonomia deu as mãos à poesia :)

Teresa Martinho Marques disse...

exactamente... :)

Moira Encantada disse...

decididamente, é assim que pintarei a parede amarela do escritório (o "castelo de xavier". Com uma árvore e um céu estrelado, o sol nascente reflectido na parede, na cabeceira da cama que hoje de tarde irei buscar ao sótõ de novo para aqui.

Está a ser muito bom ler-te e (re)conhecer-te.

Teresa Martinho Marques disse...

E está a ser tão bom escutar-te. Não, não é instinto narcisista... é aquele gostinho doce de descobrir que há quem sinta, perceba, se toque com o que nos vai na alma... Beijinho